Archive for agosto 2016
Atualização #03 - Pegando um Metrô para Unova
Ei, aqui é o Gus. Bem, eu não tenho postado muito em Alola (sorry for that), apesar de meu PC já ter chegado, por falta de tempo e alguns outros fatores. Eu anunciei há um tempo considerável que seria o responsável por escrever a região de Alola e deixei o blog aberto para um colaboração linda e maravilhosa de todos os membros da Aliança que se dispuseram a postar as notícias pra mim. Primeiramente (a vontade de colocar a ~célebre frase~ aqui é grande), gostaria de agradecê-los todos. E ao Canas, lógico, por ter criado a Ohana Dreams, que é ótima (vão ler!). E enfim, pedir longas desculpas porque - como você já deve ter percebido pelo tom desse texto - vou deixar Alola.
Calma! Não é isso. Eu não vou deixar a Aliança. Na verdade, eu vou escrever Unova. Sim, sim, estranho, confuso. Mas calma. Vamos explicar certinho. Textinho curto, mas de coração.
Azul para Doritos e Laranja pro Gus.
Quando Sun and Moon foi anunciado, eu só pensei: "Yeah, legal. Uma nova geração". Mas então as notícias não pararam, e a cada informação nova o meu amor pela região cresceu. Todos os Pokémon chamaram minha atenção, e em um determinado momento não podia mais ignorar. Os suspiros, os olhares perdidos.. Tudo denunciava: Eu estou apaixonado por Alola.
Unova sempre foi meu bebê. Eu sempre amei os personagens (é clichê gostar do N? é! mas eu gosto sim e f*d*c) e Pokémon Black foi um dos jogos mais divertidos que eu já joguei. Eu não sou o tipo ~jogador de competitivo~ de pessoa porque: 1) sem portátil e sem poder usar a internet pra batalhar com outros treinadores online; 2) humanas; então o mais importante pra mim nos games de Pokémon era sempre a história e o enredo e Unova foi a que me entregou isso com mais riqueza. Lógico, tem mais volume (dois pares de jogos com histórias e personagens diferentes), mas toda a ideia da Equipe Plasma, Zekrom e Reshiram, o clima da região e todos os personagens incríveis me cativaram bastante. E além de tudo, apesar de ser uma geração com bastante haters (f*cking genwunners), é uma das regiões com os melhores pokémons pra mim -- se não a região com os melhores pokémons. Resumindo, Unova is my bae. (nota: eu sei que o plural de Pokémon é Pokémon, mas deixa eu abrasileirar as coisas em paz. Valeu.)
Minha amizade com o Gus já dura 2 anos, eu o conheço o bastante pra saber desse amor por Unova... E enquanto as notícias de Alola iam me enlouquecendo, eu tentava desenvolver a minha fic. Eu sei que revelei alguns planos e que alguns de vocês podem ter se animado, mas eu não podia negar que o enredo da quinta geração combinava mais com o Gus. Novos Pokémon eram revelados com o passar dos dias, e o Gus deixava claro seu descontentamento com o visual de alguns, então elaborei um plano genial. Peguei meu violão e fiz uma serenata para ele! Após mostrar seu contentamento, eu sabia que estava na hora de mostrar o belo buquê que comprei pra ele. Cheguei bem perto, me ajoelhei, e disse:
"Hey menino Gus, quer trocar comigo?"
Como o Doris fica muito fofo se humilhando perdidamente aos meus pés, eu disse "sim". Hoje temos dois filh-- brincadeira, eu aceitei porque definitivamente era o que queria. Gus disse sim de prontidão? Não, Gus é um menino difícil que não se convence facilmente pela carinha do Doris. Gus enrolou-o por meses? Por aí, até ter pensado bastante e assentido, embora já estivesse claro há um tempo. Dento irá comentar nesse post porquê ele terá um olhar muito tendecioso nesse parágrafo? Com certeza. Mas, piadinhas feitas, agora Unova é minha, Alola é do Doritos e seguiremos nossas vidas -- e blogs. Eu não sei como vocês vão reagir a essa troca (rezando para o cosmos que bem), mas acontece. Aconteceu, no caso. Que fique claro que não foi por nenhuma briga ou qualquer coisa do tipo. Os motivos estão explicítos e todos aqui. E, eu não tenho culpa se a Game Freak fez boa parte dos pokémons ruins, Doris (<3). E Star, os Alolan Pokémon SÃO melhores dos que os de Kanto. Te amo <3.
Eu infelizmente não poderei comprar o jogo logo no lançamento, mas farei isso o mais rápido possível, prometo !
Já tenho planos para os protagonistas da fic, e muito conteúdo extra enquanto isso. Nuzlockes, um diário dos sonhos, e quem sabe aquele tão sonhado tutorial competitivo ?
Planejo eventos interativos para jogarmos juntos, e um já está por vir, envolvendo outras regiões da aliança. (Fiquem ligados, as vagas serão limitadas :v)
Assim que o jogo lançar pretendo trazer minha gameplay e postar minha opinião sobre diversos pontos, até mesmo o que pretendo aproveitar na fic.
Eu já planejei os pontos prinicipais de Unova, alguns personagens e o final, em partes. Porque sou eu. E eu faço esse tipo de coisa, apesar de ainda não ter pensado em 99% da fic e ter deixado muitos personagens de fora ainda por adicionar. Escrever, no entanto, é bem mais difícil. Me exige tempo (no meu caso escasso), estar criativo no dia, com a ansiedade controlada e sem ter um milhão de coisas me incomodando. E tem isso de que só consigo escrever um capítulo depois de já ter ele pronto na minha cabeça. Pois é. Tenso. Escrevi alguns capítulos, mas decidi para o meu bem e para o bem da fic só postar um capítulo depois de o próximo estar pronto. Da fic em si, esperem bastante coisa original, bastante coisa e personagens que vocês já conhecem, bastante drama e tragédia, um climinha (coloque aqui qualquer adjetivo para que eu não precise escrever "'''~~top~~"') de aventura, vários plot twists e personagens que, espero eu, vocês possam criar empatia por. É bem mais focado na trama que eu considero principal (Equipe Plasma e lendários) do que na Liga (ginásios e etc.) em si, vou avisando. Sobre o blog (coisas que não a fanfic) em si, prometo postar muitas coisas interessantes que são relacionadas à fanfic e textos sobre algum assunto entre os capítulos.
Enfim, galera
É só isso!
Espero que não nos odeiem, e que entendam que a troca foi o melhor para todos. É quase como se estivéssemos em casa agora. Tudo que podemos pedir é paciência, pois o melhor está por vir! Aguardem!
Até a próxima! \o/
Obrigado pela paciência, desculpas de novo e é só isso mesmo. Doris é uma ótima pessoa (e tem um cabelo legal tho) e eu sei que ele vai cuidar muito bem de Alola. Eu me dispeço de Alola, mas já indo pra Unova. Esperem capítulos de Unova em breve, comentem suas expectativas pra cada fic -- e ideias: eu irei ouví-las, falem o que gostariam de ver em Unova, o que não gostariam de ver, tudo e qualquer coisa. Boa noite, tarde ou manhã e até mais <3 <3 <3 .
https://aventuras-em-unova.blogspot.com/
19/08 - Trailer confirma novos Pokemon vazados pela CoroCoro!
Em um trailer rápido postado no canal oficial do Youtube de Pokemon, foram revelados 4 novos monstrinhos, sendo 3 desses os vazados pela revista CoroCoro do mês de Agosto.
Informações:
O Crabrawler odeia perder, sendo motivado pelo objetivo de chegar mais longe do que os seus companheiros, não só em termos de estatuto social, mas também para atingir uma posição mais elevada em termos físicos. Talvez por esta razão possa ser encontrado, frequentemente, agarrado a pessoas altas ou às paredes dos edifícios! Se tentar removê-lo contra a sua vontade, irá receber um soco potente em troca.
A comida preferida do Crabrawler são Bagas. Bate nos troncos das árvores para abanar bem os ramos e fazer cair as Bagas maduras ao chão para desfrutar do banquete! Muitos Crabrawler poderão reunir-se à volta das árvores, mas apenas o que sair vitorioso de uma batalha contra todos os outros recebe o privilégio de comer as Bagas maduras.
O Crabrawler utiliza as suas garras para proteger a cara e a barriga quando se aproxima de um adversário para o atacar. Os seus golpes são suficientemente fortes para partir os troncos das árvores ao meio! As pinças do Crabrawler são, frequentemente, arrancadas durante os seus combates - e diz-se que são deliciosas.
A comida preferida do Crabrawler são Bagas. Bate nos troncos das árvores para abanar bem os ramos e fazer cair as Bagas maduras ao chão para desfrutar do banquete! Muitos Crabrawler poderão reunir-se à volta das árvores, mas apenas o que sair vitorioso de uma batalha contra todos os outros recebe o privilégio de comer as Bagas maduras.
O Crabrawler utiliza as suas garras para proteger a cara e a barriga quando se aproxima de um adversário para o atacar. Os seus golpes são suficientemente fortes para partir os troncos das árvores ao meio! As pinças do Crabrawler são, frequentemente, arrancadas durante os seus combates - e diz-se que são deliciosas.
SANDYGAST
Tipo: Ghost/Ground
Evolução: Palossand
Evolução: Palossand
Habilidade: Water Compaction
Informações:
Um Sandygast emerge quando as escamas dos Pokémon e de outras criaturas são absorvidas pela areia, após estes serem derrotados durante a batalha. Trata-se, basicamente, de um monte de areia possuído!
Caso agarre acidentalmente a pá de um Sandygast, irá cair sob o controlo deste Pokémon. O Sandygast utiliza os seus poderes para manipular as crianças e levá-las a reunir areia, aumentando, assim, o tamanho do seu corpo. Se um Sandygast perder a sua pá, poderá substituí-la por um ramo de árvore, uma bandeira ou qualquer outro objeto. Estes Sandygast vagueiam em busca das suas próprias pás.
A boca do Sandygast, semelhante a um túnel, pode sugar a vitalidade das pessoas e dos Pokémon. Aparentemente, pôr a mão na boca de um Sandygast é um teste de coragem na região de Alola.
O Sandygast possui a nova Ability Water Compaction, uma Ability que nenhum outro Pokémon teve anteriormente. Graças à Water Compaction, a sua estatística de Defesa subirá 2 níveis caso seja atingido por um movimento Water-type.
PALOSSAND
Tipo: Ghost/Ground
Pré-Evolução: Sandygast
Pré-Evolução: Sandygast
Habilidade: Water Compaction
Informações:
O Palossand controla os humanos adultos, obrigando-os a construir um castelo de areia que lhe serve de camuflagem e aumenta as suas capacidades defensivas. Ao contrário do Sandygast, se um Palossand perder alguns grãos de areia do seu corpo, é capaz de se recuperar sozinho. Enquanto vagueia em busca de presas, a pá situada no topo da cabeça do Palossand roda. Diz-se que a pá pode funcionar como uma espécie de radar.
STUFFUL
Tipo: Normal/Fighting
Evolução: Bewear
Evolução: Bewear
Habilidade: Fluffy/Klutz
Informações:
A aparência e os movimentos engraçados do Stufful - aliados ao toque macio do seu pelo - contribuem para a sua enorme popularidade!
Este Pokémon pode ter um corpo pequeno, mas a sua força é extraordinária. Sofrer um dos seus poderosos golpes, inesperadamente, pode derrotar até os Pokémon mais bem treinados!
Este Pokémon pode ter um corpo pequeno, mas a sua força é extraordinária. Sofrer um dos seus poderosos golpes, inesperadamente, pode derrotar até os Pokémon mais bem treinados!
18/08 - Novo Pokemon revelado
Durante a transmissão da Nintendo na Gamescom, evento de jogos que ocorre na Alemanha, foi revelado um novo Pokémon.
TURTONATOR
TURTONATOR
Tipo: Fire/Dragon
Habilidade: Shell Armor
Informações:
Por viver em vulcões, alimentando-se de enxofre e outros materiais encontrados perto de crateras vulcânicas, a carapaça do Turtonator está revestida por uma camada de materiais explosivos composta, principalmente, por enxofre. Quando algo atinge este Pokémon, os chifres da sua carapaça libertam faíscas e provocam uma explosão!
Nas áreas circundantes das crateras vulcânicas, este Pokémon disfarça-se de rocha e aguarda pelas suas presas. No momento em que a presa pisa a sua carapaça, o Turtonator atinge-a com a sua própria cauda, provocando uma explosão!
As explosões provocadas pela carapaça do Turtonator são libertadas através de um orifício situado no meio da parte frontal do corpo deste Pokémon. Este é o ponto fraco do Turtonator. Os ataques que acertem na sua barriga irão causar danos graves.
O Shell Trap é um movimento que apenas o Turtonator é capaz de aprender. Graças a este movimento, este Pokémon pode criar uma armadilha no início da jogada e, caso o Turtonator seja atingido por um ataque físico de um adversário nessa mesma jogada, o Shell Trap desencadeia uma explosão que causará danos extremamente graves ao seu adversário.
Nas áreas circundantes das crateras vulcânicas, este Pokémon disfarça-se de rocha e aguarda pelas suas presas. No momento em que a presa pisa a sua carapaça, o Turtonator atinge-a com a sua própria cauda, provocando uma explosão!
As explosões provocadas pela carapaça do Turtonator são libertadas através de um orifício situado no meio da parte frontal do corpo deste Pokémon. Este é o ponto fraco do Turtonator. Os ataques que acertem na sua barriga irão causar danos graves.
O Shell Trap é um movimento que apenas o Turtonator é capaz de aprender. Graças a este movimento, este Pokémon pode criar uma armadilha no início da jogada e, caso o Turtonator seja atingido por um ataque físico de um adversário nessa mesma jogada, o Shell Trap desencadeia uma explosão que causará danos extremamente graves ao seu adversário.
Ohana Dreams (Capítulo 5)
O
sol decidiu castigar toda a região de Alola naquela manhã. A temperatura
beirava os 37º C, não se parecia nem um pouco com um clima de inverno, e estava
simplesmente inviável passar calor dentro de casa. Em um lindo dia como aquele,
não havia nada melhor do que programa favorito dos habitantes locais: passar o
dia na praia. Não eram apenas os turistas que aproveitavam o que Alola oferecia
de melhor, um presente como aquele jamais poderia ser ignorado, ainda mais
quando se mora a poucos metros da areia branca.
Todos
se reuniam na Baía do Rei, o santuário secreto da família. Dylan era um
convidado especial — havia combinado que ensinaria Hal a surfar, mas só se o
pequeno começasse com uma prancha do seu tamanho, uma versão simples de bodyboard, antes de leva-lo para além
das pedras, onde costumava ser perigoso e muitas vezes acidentes aconteciam.
Mili fez com que Dylan prometesse cuidar bem de seu irmãozinho, pois só assim
daria o aval para que eles saíssem e se divertissem juntos.
—
Eu só não quero que você passe dos recifes, ouviu bem? O mar aberto é perigoso
e você pode ser atacado por um Gyarados selvagem, ou quem sabe até um Sharpedo!
— dizia Miliani enquanto passava protetor solar nas costas de seu irmão. — Fique
apenas onde seus pés alcançarem e então tudo vai ficar bem.
—
Mili, eu já venho aqui com tanta frequência e conheço cada pedra da área —
respondeu o garoto. — E tem mais, o Rei sempre me protege.
Ela
sorriu, pois concordava que o grandioso Mantine, muito maior do que qualquer
outro, era o verdadeiro protetor daquelas águas e ele jamais deixaria um
Pokémon ou sequer ser humano correr perigo em seus domínios.
Pediu
para que Hal se virasse, e com as duas mãos fez uma marca bem nas costas do
menino e depois pintou sua cara de protetor solar, como se ele fosse um
indígena.
—
Agora está prontinho! — ela sorriu, dando um tapinha de leve no bumbum dele. —
Vai brincar, vai!
Kailani
observava a cena, e depois que o garoto se afastou, decidiu intervir:
—
E quando é que você vai passar bronzeador em mim também?
—
Você já usou umas três vezes desde que chegamos.
—
Oh, que pena. Eu estava para tirar a minha parte de cima do biquíni para não
deixar marquinha! Mas já que você não quer...
—
Tem gente aqui hoje, Kai, se manca! Controle seus hormônios.
—
É que perto de você é quase impossível.
Hal
entrou no mar e vestiu seus óculos de nadar que estavam sempre no pescoço.
Dylan já estava no seu aguardo do outro lado, observando as meninas de longe.
—
Ah, cara, se eu morasse perto de uma beldade dessas...
—
Ela é minha irmã, se tentar roubá-la de mim eu quebro seu nariz.
O
rapaz loiro riu e logo guiou o mais jovem para uma área com ondas melhores para
surfar. Por tratar-se de uma baía, tudo era muito calmo e a maioria das ondas quebravam
antes mesmo de chegar à costa, mas foi o suficiente para ensinar alguns
princípios básicos e fazer com que Hal ficasse de pé por longos c segundos em
cima da prancha. Ainda era cedo quando Hal convidou o estrangeiro a fazer uma
das atividades favoritas suas: mergulhar. Eles não precisavam de equipamentos
adequados para tal tarefa, bastasse um par de óculos para conseguir enxergar o
mundo que existia debaixo das águas quentes de Alola.
—
Você só precisa segurar a respiração e me seguir, entende? Por quanto tempo
acha que consegue?
—
Sei lá, acho uns dois minutos — sugeriu Dylan.
—
Caso esteja se afogando, vou tentar te salvar.
—
Só se a sua irmã prometer fazer respiração boca-a-boca em mim depois.
Hal
foi na frente, guiando Dylan por debaixo dos recifes mais altos que tampavam a
passagem das pessoas e criaturas marinhas de maior parte. Os dois seguiram por uma
caverna, e uma infinidade de peixes e criaturas exóticas puderam ser encontradas
ali. Havia cardumes de Remoraids, e também Luvdiscs e Corsolas escondidos entre
as rochas. A caverna era ancestral, suas paredes foram moldadas pelas ondas e
brilhavam com o reflexo das águas. O visitante encantou-se com a cena,
lembrava-lhe muito a Granite Cave na
Ilha de Dewford, sua terra natal.
Dylan
surpreendeu-se com um peixe de cores chamativas em tons róseos e lilás, nunca
tinha visto nada parecido. Quando tentou aproximar-se, um Octillery saiu entre
as pedras e soltou um jato de tinta na cara dele para depois desaparecer. O
peixe rosa também havia sumido. Eles continuaram seguindo até chegar do outro
lado da gruta para pegar um pouco de ar e retomar a viagem.
Quando
voltaram para a superfície, mal podiam conter sua ansiedade:
—
Caramba, eu vi tantos Pokémons aquáticos diferentes! O que era aquele todo
colorido? Ele parecia estar indo para o carnaval, nunca vi nada parecido! —
falou Dylan.
—
Aquilo era um Bruxish, e eles são nativos aqui de Alola — explicou-lhe Hal. — O
povo da ilha costuma deixa-los em paz porque eles espantam outros Pokémons
aquáticos mais perigosos, espécies diferentes têm medo só de ouvir o rangido
dos dentes dele!
—
Maninho, isso é demais, quando eu voltar quero levar alguma coisa de Alola para
Hoenn. Esse lugar já é como a minha segunda casa!
Quando
alcançaram a bancada de areia, tanto Kai quanto Mili estavam de bruços pegando
um bronzeado. Dylan sentou-se na sombra, e ainda vidrado com a visão que tivera
da gruta, mal conseguiu concentrar-se nas meninas.
—
Eu gostaria de ver mais dos Pokémons daqui. Alola não têm um aquário ou coisa
parecida?
—
Ter, até tem — Hal falou meio discreto —, mas dizem que é o maior e mais famoso
do mundo, então já dá para imaginar que a entrada não seja barata, né? Eu
prefiro estar em contato com essas criaturas aqui, em seu habitat natural.
—
Poxa, então me deixe leva-los! É sério, vai ser um passeio nosso, primeiro
vocês me convidaram para almoçar e agora tive a oportunidade de conhecer o
santuário da família, deixem-me retribuir o favor.
—
Está falando sério? — Mili entrou na conversa, tirando os óculos de sol. —
Tipo, todos nós? Ficaria caro demais...
—
Pfthh... Isso aí é de menos. Papai dá um jeito — Dylan riu, ficou de pé e
alongou os braços. Mili voltou a colocar os óculos escuros, pois assim poderia
encarar o corpo dele à vontade. — Então está combinado. Aprontem-se, semana que
vem vamos todos ao aquário! Quero chamar até o Ika e o Uko, aqueles caras são
gente boa demais.
Mili
olhou para sua amiga, como se esperasse uma confirmação por parte dela. Kai deu
de ombros. Um passeio extra seria sempre bem vindo.
O aquário de Alola era uma atração feita para
os turistas, e muitas vezes nem mesmo o povo de lá tinha chances de visita-lo,
pois ficava numa ilha vizinha e só custos de entrada e transporte eram
gigantescos. Mas Dylan estava tão disposto a ir que negá-lo essa oportunidade
seria uma tremenda maldade, ele fazia questão da companhia de seus novos
amigos, uma vez que Izrael estava muito ocupado estudando métodos de meditação
e concentração com o povo da montanha.
Seria
um belo programa em família. O que poderia dar errado?
No
dia marcado, Mili arrumava as malas como se fosse ficar um ano fora. Eles mal
passariam um dia inteiro longe, mas só voltariam bem à noite. Ela já nem se
lembrava da última vez que fizera um programa como aquele, sair para passear
sem compromissos, só aproveitar. Por não ser a única adulta presente, talvez não
precisasse ficar tão em cima de seu irmão mais novo, mas algo em seu peito
ainda dizia para ficar de olho nele.
Kailani
passaria a noite com ela antes da viagem. As duas estavam na mesma cama,
quietas sob a claridade de uma única lâmpada. Kai estava agitada demais para
dormir, e por isso tentava ouvir um pouco de música, mas por algum motivo
decidiu comentar:
—
Até que o loirinho é gente fina.
—
Ele é um amor — assumiu Miliani, virando-se para ela. — Achei tão legal o Dylan
convidar todos vocês para irem ao aquário também, não é como se ele estivesse
preparando um encontro romântico ou coisa do tipo, ele realmente gosta de
vocês, tanto que sempre digo que para ficar comigo, o primeiro passo é gostar
da minha família.
—
Não vai pensando que eu gosto do cara, hein? A única pessoa que eu adoro aqui é
você. Não consigo nem sonhar mais em como é estar com homem, eles são tão... tão...
estranhos.
—
Estou muito feliz por estarem se dando bem. Já consigo deixa-los juntos na sala
sem que tentem se matar.
—
É. Já é um avanço.
Kailani
desligou a música e apagou a luz. Depois virou-se para o outro lado e cruzou os
braços. As duas ficaram em silêncio por alguns segundos, mas uma dúvida não
saía de sua cabeça.
—
Você ainda acha que ele é o homem da sua vida?
—
Ele faz meu coração palpitar — Mili respondeu, olhando para o teto, os
pensamentos à mil. — Vocês dois fazem.
—
Eu gostaria de ter grana pra pagar uma ida ao aquário para vocês também...
—
Não diga uma coisa dessas! Você é sempre tão boa comigo, eu não poderia pedir
por uma companhia melhor, e não é o dinheiro que me faria mais feliz. Você me
faz feliz. Todos vocês, ainda mais quando posso tê-los debaixo de minhas asas —
respondeu Miliani, abraçando sua amiga com carinho. — Só que tudo isso é tão
confuso... Às vezes eu gostaria de ter os dois para mim, ao mesmo tempo.
—
Aposto que o loirinho ia gostar. Mas nem vem com ideia!
—
Heh, heh. Vou pensar no assunto.
No
dia seguinte, todos já estavam prontos em frente à casa dos Kameahookohoia. Ika fez uma rápida
oração pedindo proteção na viagem, e logo em seguida embarcaram. A viagem duraria
cerca de duas horas até a próxima ilha, eles pegaram um barco alugado e
divertiram-se muito no caminho até lá.
Ao chegarem à cidade mais
próxima, era possível notar a diferença dos vilarejos mais simples com as áreas
que começavam a se modernizar. O “Maior Aquário do Mundo” já podia ser visto de
longe no oceano, um Octillery gigantesco inflável protegia a entrada com seus
oitos tentáculos, havia também a incrível ossada de um Wailord que encalhara na
praia havia pelo menos trinta anos, e agora servia como atração para turistas
que jamais tiveram a chance de ver um.
O aquário era famoso por ter
um exemplar de praticamente todos os Pokémon do tipo aquáticos existentes, de
Kanto à Unova. Tinha também uma área separada para sapos da família dos
Poliwags e Tympoles, e até uma zona refrigerada com raríssimos exemplares de
Piplups e um formoso Empoleon que os liderava. Uma das atrações mais famosas
era o laboratório de fósseis, onde os cientistas e acadêmicos da ilha de
Cinnabar foram capazes de reviver um exemplar de Omanyte dos tempos antigos
após anos de experimentos.
Hal estava maravilhado com a
visão. Seu Popplio estava muito bem acomodado em sua mochila logo atrás, e
também parecia ansioso em ver alguns peixes de pertinho.
— Só não tente comê-los, ouviu, Chefe?
A família seguiu até o a recepção onde Dylan comprou as
entradas e surpreendeu-se por ter sido tão barato (pelo menos para seus
padrões). Ika e Uko compravam ração para jogar aos Magikarps que tinham logo na
entrada, mas os peixes estavam tão gordos que não quiseram comer mais nada.
Hal queria fazer um pouco de tudo quando sua irmã
chamou-o para um canto e ajoelhou-se em sua frente.
— Venha aqui, mocinho — ordenou, ficando de joelhos para
ajeitar as roupas do garoto que já estavam todas amassadas. — Não pense em sair
de perto de mim, ouviu?
— Mili, eu já quase doze anos.
— Eu sei. E continua se metendo em encrenca. Essa é uma viagem
do Dylan, então não quero que você estrague tudo como costuma fazer. Lembra da
sua última excursão com os meninos da escola?
— Aquilo foi um acidente, e eu não estava envolvido.
— É. Mas estava no lugar errado e na hora errada! Estou
de olho em você, mocinho.
— Às vezes você fala que nem a mamãe...
Dylan comprou as seis entradas e as distribuiu. Eles não
estavam na alta temporada de férias, mas em qualquer época do ano havia um
público razoável disposto a visitar o maior aquário do mundo. Uma moça de
cabelos ondulados prontificou-se a fazer as devidas apresentações, e todos
aceitaram de muito bom grado.
— Como podem ver, temos predominância dos Pokémons water-type, mas também separamos algumas
áreas reservadas aos ice e grass-type.
Alguns deles vivem em harmonia, mas nosso principal intuito é trazer criaturas
que já não se encontram com tanta facilidade nos oceanos, rios e mares;
principalmente para as crianças e gerações futuras tenham a chance de conhece-los
— explicou a guia. — Como podem ver, o saguão é onde nos encontramos no momento,
há muitos corredores e andares espalhados pelo restante do aquário que
eventualmente levarão até aqui. Na entrada vocês têm acesso às lojinhas e
restaurantes que servem desde pizza até culinária local; se seguirem pela
direita chegarão ao setor dos tubarões e fósseis; à esquerda ficam os animais
exóticos e pinguins; e seguindo pelo centro está o setor das batalhas e também
a área infantil onde os visitantes podem tocar alguma das nossas criaturas
marinhas. Por onde desejam começar?
— Batalhas intensas! — exclamou Kailani.
— Pinguins e foquinhas! — Miliani quase teve um infarto.
Ela adorava criaturas fofas.
— Podemos tocar nos bichos? — perguntou Uko, este era
seu maior sonho.
— Alguém disse pizza? — continuou Ika.
— Eu quero ver TUDO — respondeu Dylan, desesperado para
começar.
Completamente perdida, a sequer soube qual área sugerir
primeiro.
Hal sempre achara que os aquários eram lugares chatos
para gente rica, costumava pensar que seria melhor ver todos aqueles Pokémons
soltos em seu ambiente natural, mas conforme aventurou-se pelos corredores
frios em tons azul ele compreendeu que o objetivo das pessoas que trabalhavam
ali era também proteger tais criaturas. Diversas espécies de Pokémons
desapareceram com o passar dos anos, os Relicanths de Hoenn estavam quase em
extinção, enquanto os Tirtouga se tornavam cada vez mais raros.
Hal observava um aquário de Carvanhas quando o pequeno
Popplio se cansou da viagem pulou de sua mochila, começando a andar livremente
por aí. Hal começou a segui-lo, apesar de sua irmã estar envolvida demais com
as atrações de algo que nunca tinha visto tão de perto e sequer sonhava em
presenciar.
— Chefe, volte já aqui! — exclamou, sendo completamente
ignorado.
Ele seguiu seu Popplio até o saguão que deveria ser o
setor dos fósseis. Nele existiam aquários tubulares com Pokémons reais ali
dentro, itens expostos para exibição e placas enormes com a história de cada
criatura.
Alguns dos maiores biólogos do mundo trabalhavam no
aquário em seu período de férias, preferiam não parar as atividades e usavam do
tempo extra para cuidar e aprender sobre tais criaturas, além de aproveitar o
melhor que uma região tropical tinha a oferecer. Era a primeira vez que Hal via
tantos Pokémons das profundezas, num dos aquários havia um Huntail que se
escondia entre as pedras, ao menor sinal de um humano ele tentou avançar e deu
de cara com o vidro, retornando para seu esconderijo e lá permanecendo,
vigilante.
— Dylan deve ter
sentido muita dor quando foi mordido por um — presumiu o garoto, tocando
levemente o colar em seu pescoço que tinha um dente da criatura.
Poderia passar dias estudando ali dentro e ainda não
descobriria tudo sobre Pokémons aquáticos tão fantásticos.
Popplio andava tão tranquilamente pelos corredores que
alguns turistas pensaram que ele era parte de alguma atração e começaram a
fotografá-lo. Vaidoso do jeito que era, Chefe exibia-se para as câmeras até que
Hal teve de intervir e tirá-lo dos holofotes.
— Pare de chamar atenção! Até parece que nasceu para
brilhar...
Assim que o colocou de volta na mochila, no instante em que
saiu do setor dos fósseis, percebeu que o saguão principal dava em muitos
corredores diferentes. Não havia o menor sinal de para qual deles seus amigos
tinham seguido. Hal ajeitou a mochila nas costas, olhou o relógio e percebeu
que ainda teria muito tempo para divertir-se no maior aquário do mundo antes de
ir embora.
— É esse aqui! — Dylan apontou para o peixe cor-de-rosa
que estava num dos aquários. Seus amigos se atentaram às descrições da criatura
e uma placa que indicava o nome: Bruxish. — Mas agora que estou vendo com mais
atenção... que bicho feio da porra — e caiu na risada.
Aquele setor estava repleto de criaturas nativas de
Alola. Havia um peixinho miúdo chamado Wishiwashi, e diziam que quando se
sentia ameaçado ele se juntava a outros de sua espécie, formando uma criatura
colossal e assustadora capaz de enfrentar qualquer ameaça. Uma enorme sombra
passou lá longe, e de relance foi possível ter uma breve ideia do quão perigoso
eles eram.
— Dizem que até mesmo os Gyarados têm medo de enfrentar
um Wishiwashi nessa forma — falou Kailani. — É por isso que não se pode brincar
com os baixinhos no jardim de infância, vai que depois ele volta com sua gangue
inteira!
Ika e Uko se divertiam na entrada tocando Pyukumukus e Wimpods
em uma piscininha rasa. Uma das instrutoras lhes contou um pouco sobre a
habilidade Innards Out e o método de defesa
dos Pyukumuku, que odiavam ter seus espinhos nas costas tocados. Quando isso
acontecia, eles aprenderam a regurgitar seus órgãos internos que mais se
pareciam com um punho, atacando possíveis ameaças ao redor.
— Isso é tão bizarro — comentou Ika, coçando o bigode. —
Faz de novo!
Todos riram, e foi então que Mili se deu conta de que
faltava alguém no grupo.
— Cadê o Hal?
Seus amigos estavam tão entretidos com as criaturas
marinhas de Alola que não tiveram tempo para reparar em uma criança que foi se
afastando lentamente. Dylan sequer ouvia o que Mili dizia, Kai era a única que
tentava consolá-la.
— Eu não acredito que ele fez isso. Hala Kameahookohoia,
eu não acredito! Como consegue ser
tão idiota? Parece que nunca cresce! Ele pensa que eu vou estar aqui para
sempre pra cuidar dele? Que droga, Hal, você consegue estragar o único momento
que tínhamos para aproveitar!
— C-calma, Mili. Nós vamos encontra-lo! — disse Kai.
— Parece que ele deu um teleport para bem longe... Irado — continuou Ika.
— E se pedíssemos
para alguém na recepção anunciar o nome dele?
— NÃO! Dylan, isso não!! Não existe coisa mais brega!
Eles vão pensar que somos um bando de turistas frescos que não sabem resolver
nada sozinhos, temos que encontra-lo sem causar alarde!
— Gritando desse jeito vai ser meio difícil — respondeu
Kai. — Olha, seguinte, se não quisermos chamar atenção, então vamos fazer do
jeito mais difícil. Podemos tentar nos separar em grupos para ir atrás do
menino.
— Eu e a Mili podemos ficar juntos? — sugeriu Dylan,
contente.
— Não. Você vai com os dois negões.
— Ahhm... Tudo bem...
Kailani
pegou no braço de sua amiga e correu de volta para o saguão central. Enquanto
isso, Dylan, Ika e Uko observavam um Feebas esquisito que passava por um dos
aquários e depois se entreolharam.
— Irado, né?
Os dois balançaram a cabeça.
— Irado.
Mili
e Kai tentavam ser o mais discretas possíveis, mas era difícil não chamar
atenção sendo que desde os moradores da ilha até os turistas reconheciam de
longe os longos cabelos prateados da dançarina. Algumas pessoas até pediram
para tirar fotos juntas, como se elas fossem uma espécie de celebridade, e
ansiavam por um show à noite no palco principal do aquário, que eram muito
frequentes no auge da temporada de verão..
— Bem, eu nunca fui chamada para dançar na frente de
tanta gente! — respondia Mili quando perguntada, completamente envergonhada.
Sua amiga tinha de puxá-la para longe dali antes que perdessem completamente o
foco da busca.
Elas dobraram um corredor no setor dos Magikarps comuns,
um local onde ninguém frequentava por achar muito sem graça. Estava completamente
vazio, Kailani andava depressa sem largar o no braço de sua companheira com certa
urgência, ela parecia desesperada em encontrar Hal, e isso de certa forma
confortava o coração de Mili por ver que sua amiga estava tão preocupada quanto
ela.
Kailani deparou-se com um depósito de alimento e apontou
para dentro.
— Ele deve estar aqui escondido. Só pode estar aqui!
— Por que o Hal estaria escondido em um lugar cheio de
ração para Magikarp?
— Eu conheço a figura. Vem logo, vamos entrar.
As duas precisaram se espremer ali para conseguir passar,
perceberam como era pouco espaçoso, apesar de devidamente organizado. Ainda
fazia muito calor lá fora, seus corpos suavam, ainda mais no desespero para
encontrar logo a criança desaparecida que deveria estar brincando de se
esconder em algum lugar do maior aquário do mundo.
— Ele não está aqui, Kai, vamos embora!
— Espera — disse ela, indo até a porta e verificando a
maçaneta. — Está trancado por fora.
— Como assim trancado por fora?
— Ué. Tenta abrir, se quiser.
— Derrube a porta então!
— Que tipo de monstro você acha que eu sou? Não é porque
eu treino todo dia que eu devo sair socando e destruindo tudo, no fundo ainda
sou uma lady, querida! Por mais que não
pareça.
Miliani foi até a porta e tentou abri-la, mas parecia
realmente estar trancada de forma misteriosa. O depósito começava a ficar mais
quente, ela sentiu uma gota de suor escorrer pelo pescoço e o vestido já
grudava em seu corpo. Estava arfando de cansaço quando virou-se para sua amiga
e exclamou:
— Você planejou isso.
— Eeeeeeeeeeeu?! — Kailani tentou parecer surpresa. —
Imagina!
— Ah, planejou sim! Nós duas, trancadas em um depósito
enquanto meu irmão está perdido em algum lugar, aposto que está chorando e desesperado
para me encontrar enquanto você fica aqui, me atiçando com esses shortinhos
curtos e esse... esse... abdômen definido!
Kailani arqueou uma das sobrancelhas. Estava começando
entender aonde ela queria chegar.
— Tem razão. Está ficando meio quente aqui.
Ela aproximou-se da amiga e a prensou contra a parede.
Por um instante não importou o lugar e nem as circunstâncias, o fato delas
estarem em um ambiente público completamente desconhecido as excitava, o
desespero fazia o coração de ambas palpitar mais depressa, fosse por
preocupação ou por simplesmente saber que, no fim, daria tudo certo.
— Estamos trancadas aqui. Não há o que fazermos agora.
Não se preocupe com seu irmão, ele já é bem grandinho, sem contar que temos três
homens muito responsáveis e experientes procurando por ele, então vai dar tudo
certo, ok? Confie em mim.
— Você só está falando assim para tentar me dissuadir...
Kailani começou a beijar seu pescoço enquanto levantava
a saia com a outra a mão e arrancava suspiros de sua amiga.
— Eu adoro quando você usa palavras chiques. Não entendo
porra nenhuma.
— Você não tem jeito mesmo... Mas seja rápida.
— Isso eu não posso prometer.
Hal continuava seu tour
pelo aquário, mas em momento algum se sentiu sozinho. De certa forma já estava
acostumado ao silêncio, e gostava da companhia de tantos Pokémons aquáticos ao
seu redor. Ele alcançou o que deveria ser a maior área de todas, onde viviam as
Mantines, Sharpedos e até mesmo um Wailmer. O aquário dava voltas pelos
corredores, passando até mesmo pelo teto sobre suas cabeças. Era realmente surpreendente,
ainda que o Rei fosse o maior e mais suntuoso de todos os Mantines, ver tantas
criaturas juntas num só lugar era um espetáculo para qualquer pessoa.
Hal estava tão maravilhado com o tanque que nem notou quando
uma moça com aparentemente a idade de sua irmã aproximou-se.
— Oi, garotinho. Você está perdido?
Ela era muito bonita, usava uma blusa branca por cima do
corpo coberto apenas pelo maiô ainda molhado. Ela parecia ter acabado de sair
de uns tanques, e a julgar que se encontravam na área dos Sharpedos, ela devia
ser muito corajosa para entrar ali sozinha e alimentá-los. Não parecia ser o
melhor dos trabalhos, mas só de vê-la já sentia confiança.
— Na verdade estou com a minha família.
— Entendo. Meu nome é Alikia, e sou supervisora aqui no aquário. O que está achando de sua excursão pelo “Maior
Aquário do Mundo”?
— É tudo enorme!
Ela sorriu, depois olhou para os lados e chegou mais
perto do garoto, como se fosse contar um segredo.
— Sabia que na verdade este não é o maior aquário do
mundo?
— Sério?
— Sim, é que nossa cidade chama-se Mundo, e, querendo ou
não, este realmente é o “Maior Aquário do Mundo”, como nosso pessoal do
marketing costuma brincar. Mas ainda estamos atrás de outros bem maiores.
— É a primeira vez que visito um. Para mim, sempre será
o melhor.
— É ótimo ouvir isso. Ei, você gosta de Pokémons
aquáticos também? Vejo que sua Popplio é uma graça!
Hal olhou para seu Pokémon em sua mochila.
— Está falando do Chefe?
— Sim, os Popplios são bem raros aqui em Alola, mas são
companheiros e divertidos, tanto que alguns professores os utilizam como
escolha inicial. Você tem uma bela fêmea aí, por que não experimenta passar no
setor gélido mais tarde? Já está na hora de alimentarem os Piplups e Seels, se
der sorte vai encontrar o Empoleon acordado!
Quando a moça se afastou, Hal retirou seu Popplio da
mochila e o olhou bem de perto.
— Você é uma... FÊMEA?!!
Já entardecia, Ika, Uko e Dylan ainda divertiam-se jogando ração para as
Magikarps obesas no tanque da entrada. Os peixes se aglomeravam em torno deles
e pareciam idolatrá-los, como se fossem deuses.
Não
demorou para que Kailani e Miliani os localizassem depois de pedirem
informações sobre dois homens negros gigantes e um loirinho com cara de
turista. As duas estavam com as roupas amassadas, o rosto vermelho e as
bochechas coradas.
— Até que enfim chegaram! — disse Dylan, jogando todo o
resto de ração que tinha no meio das Magikarps que se aglomeraram em volta dele.
— Por que as duas parecem tão... acabadas?
— Estávamos procurando pelo Hal feito loucas! — exclamou
Kai. — Algum sinal dele?
— Sim, ele está ali na lojinha de souvenires. E acho que se divertiu bastante, depois de nos
encontrarmos demos algumas voltas por aí. Primeiro nós vimos o horário de
almoço de um Empoleon, depois ficamos para a apresentação de uma Milotic,
estudamos o passado dos Kabutos e assistimos um documentário tedioso sobre a
vida dos Slowpoke. Parando pra pensar, até que fizemos bastante coisa... Por
que demoraram tanto?
— É uma longa história... — respondeu Mili corada, indo
correndo para a lojinha encontrar seu irmão.
Dylan e Kailani se entreolharam, e como quem não quer
nada, ele decidiu perguntar:
— É impressão minha ou vocês duas...
— Nem começa.
— Foi mal.
Ao chegar lá, Mili estava para dar uma bronca daquelas em
seu irmão. Estava tão enraivecida que praticamente soltava fumaça pelo nariz,
mas no instante em que o viu ali, com uma pelúcia de Wailmer nos braços, derreteu-se
completamente.
— Oi. Comprei pra você — disse o garoto, entregando o
presente nas mãos dela. Dylan se oferecera para pagar, mas Hal respondeu que
preferia comprar com seu próprio dinheiro, reunindo sua pequena mesada que recebia
toda semana. — Sei que adora coisas em formato de Pokémon, principalmente
pelúcias.
Após apenas algumas horas longe do irmão, Mili compreendeu
algo muito importante. Ajoelhou-se em frente a ele e o abraçou, às vezes
pensando em como era uma irmã terrível por esquecê-lo e deixa-lo de lado.
— Nunca mais faça isso comigo, ouviu?
— Fazer o quê? — perguntou Hal.
— Me deixar.
— Mas foram só algumas horas...
— Não é você quem precisa de mim. Sou eu que preciso de
você.
Hal achou muito estranho a demonstração de afeto de sua
irmã, mas tentou retribuir o abraço da melhor forma que pôde. Para ele foram apenas
algumas horas de diversão.
Mili já sabia melhor do que ninguém que às vezes não
valorizamos alguém que está o tempo todo do nosso lado, até que a perdermos. Prometeu
a si mesma que nunca mais esqueceria disso.
— E a propósito, nosso Popplio é fêmea.
— O QUÊÊÊÊÊ?!