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Notas do Autor - Capítulo 01



Alola! Como estão? Espero que bem!

Bom, vocês muito provável já viram o Prólogo e viram que eu, Jamal (Ou Gui) sou o novo autor de Aventuras em Alola! Eu estou muito empolgado e feliz, de verdade.

Enfim, sobre a história: vai ter de tudo um pouco! Vai ter coisas parecidas com os jogos, o mangá, possivelmente o anime (quem sabe) e, claro, muita coisa original também! Assim acredito que todos (incluindo eu) saiam satisfeitos!


Não tenho muito o que falar aqui, apenas que espero que tenham gostado do capítulo que eu sei que foi curto, mas se eu colocasse coisas a mais sinto que iria fugir muito da ideia de mudanças e viagem.

O próximo capítulo está bem maior e pronto! Só falta ser revisado e corrigido em algumas partes

Só tinha isso pra falar mesmo, até mais!

Capítulo 01




O sol ameno e agradável iluminava e deixava uma sensação de aconchego nos cidadãos da cidade de Saffron, na região de Kanto. Nas calçadas, as pessoas circulavam de um lado para o outro, preocupadas com seus afazeres individuais naquele lugar tão movimentado. Carros buzinavam disputando espaço nas ruas e avenidas barulhentas e assustaria quem estivesse chegando àquela localidade pela primeira vez. Afinal, àquela hora da manhã muitas pessoas ainda dormiam em suas casas, mesmo com o caos diário de uma cidade grande gritando do lado de fora de suas janelas.

Em um apartamento dentre os vários prédios de Saffron, a agitação da cidade também era presente na casa da família Keao. Gritos, suspiros, bater de objetos e até mesmo miados eram parte da sinfonia caótica que preenchia o ambiente agora vazio. A matriarca da família, Alika, era uma mulher de pele bronzeada e um longo cabelo na cor chocolate. Já estava na casa dos quarenta anos, mas seu rosto aparentava uma jovialidade incrível graças a sua genética.  Alika terminava de arrumar suas roupas em uma grande mala azul em cima de sua cama enquanto era observada atentamente pelo seu Pokémon, Meowth. O felino repousava em cima de uma das malas já fechadas e organizadas pela mulher.



Graças às paredes finas, conseguia ouvir seu casal de filhos discutindo e gritando. Não era a primeira vez naquele dia, mas sabia que também não seria a última. Normalmente eles se desentendiam vez em outra, mas com a situação da mudança, o estresse de ambos estava em níveis estratosféricos. Ela, no entanto, não poderia voltar atrás com sua decisão. Vivera vinte anos de sua vida naquele apartamento e apesar dele ser confortável, ela estava pronta para sair da confusão que era a cidade grande e se mudar para um lugar mais calmo e nostálgico: sua terra natal, Alola.

Contudo, a mudança não era uma escolha individual. Alika também pensava em seus filhos, que haviam terminado os estudos na escola e agora seria o momento em que escolheriam o caminho pelo qual seguiriam suas vidas. Mas, como toda mãe adquire um instinto mágico para saber tudo sobre os filhos, ela tinha certeza de que Kanto não era o lugar para eles.

Ao finalmente fechar sua mala, respirou fundo e retirou-se do seu quarto, dirigindo-se para o quarto de seu filho caçula que ficava no mesmo corredor. Do batente da porta, observou o garoto se movendo agitado de um lado para o outro, tentando arrumar seus pertences.



Seu nome era Elio, nome escolhido pelo patriarca da família. Ele tinha seus dezesseis anos, possuía cabelos negros que chegavam até seu ombro e olhos acinzentados como prata. Apesar da aparência calma e sossegada, Elio era muito empolgado e extrovertido, sempre conversando com variados tipos de pessoa e sempre disposto a fazer algo novo. Na escola, passava cada semana com um grupo diferente de estudantes, alegando que isso ajudava a manter sua vida menos monótona.

Elio estava empolgado com a ideia de mudar para uma nova região, apesar de suas inseguranças em relação ao seu futuro, já que não possuía noção do caminho que gostaria de seguir. Apesar de ter um espírito bem aventureiro, não possuía nenhum Pokémon, mas adorava assistir as batalhas que eram transmitidas na televisão. Admirava muito os treinadores, especialmente aqueles que batalhavam na Liga Pokémon. Quando soube que estava de mudança, considerou a possibilidade de se tornar um treinador na nova região, podendo colocar em prática os conhecimentos adquiridos das centenas de horas de batalhas assistidas.

No quarto ao lado, estava a irmã mais velha do garoto, Selene.


 Assim como seu irmão, seus cabelos também eram escuros, arrumados em um penteado no estilo “bob”, ressaltando seus olhos grafites. Selene era um ano mais velha que Elio, mas devido a um adiantamento feito pela mãe de ambos, Elio estudou e terminou a escola junto com Selene.

O relacionamento de ambos era típico de dois irmãos: em um instante estavam brigando, discutindo e gritando o quanto odiavam um ao outro, mas em outros instantes estavam se abraçando e sendo cúmplices de traquinagem, dizendo o quanto amavam a companhia do outro.

Selene, diferentemente de Elio, sabia o que queria fazer no futuro. Sonhava em ser uma Pesquisadora Pokémon, estudando de perto as criaturas que tanto a fascinavam e fazer incríveis descobertas que lhe renderiam muito prestígio no mundo acadêmico e científico.

A garota era uma excelente aluna na escola. Além das matérias básicas para o ser humano, adorava estudar também tudo sobre os Pokémon. Ao contrário de seu irmão, não era muito popular entre os estudantes da escola de Saffron, mas tinha seu seleto grupo de amizades e possuía uma autoestima muito elevada. Constantemente utilizava uma blusa folgada com um nó em sua barra, deixando um pouco de sua barriga visível. Para a garota não havia problemas, pois não tinha nenhum tipo de complexo com seu corpo. Assim como seu irmão, nunca tivera um Pokémon próprio, mas o Meowth de sua mãe era o suficiente para fazer suas primeiras pesquisas amadoras.

Selene havia ficado preocupada — e até mesmo desanimada — quando soube que se mudaria para uma nova região e que os planos que havia feito para Kanto iriam por água abaixo. Contudo, após refletir sobre o assunto, concluiu que a experiência não seria de todo ruim, já que teria a chance de estudar Pokémon diferentes dos que encontrava ali em Kanto e, quem sabe num futuro, poderia voltar para região com informações inéditas.

Após muitas discussões com seu irmão sobre quem escolheria primeiro o quarto da nova casa e perguntar constantemente sobre objetos seus que magicamente desapareciam de seu quarto e apareciam no de Elio, Selene havia terminado sua última mala e arrastava o objeto para o centro da sala vazia de sua casa.

— Mãe, terminei! — berrou a garota para sua matriarca, sentando-se logo em seguida no chão da sala para aguardar a hora de partir.
— Estou indo, querida — respondeu a mulher, ajudando seu filho a carregar as malas para juntar com as de Selene na sala. — Aguardem um momento aqui.

Alika se dirigiu ao seu agora ex-quarto e voltou poucos instantes depois com uma caixa de tamanho médio de metal. — Seu pai pediu para que eu entregasse isso para vocês.

A mulher abriu a caixa e a estendeu na direção de seus filhos, que fitavam o interior do objeto com olhos brilhando de curiosidade.

No interior da caixa, havia dez esferas pretas pequenas com detalhes em dourado em cima de uma almofada vermelha e um papel que parecia uma carta.

— Luxury Balls? — Selene constatou, analisando os objetos e pegando em mãos um que havia um adesivo de uma chama. Elio pegou outra esfera com um adesivo de montanha.
— Exatamente. É o presente de despedida do seu pai.

Os irmãos exclamaram indignações em uníssono, surpresos e chocados com a notícia.

— Eu achei que ele iria vir com a gente! — exclamou Elio abaixando a cabeça tentando esconder as lágrimas que se formavam nos cantos de seus olhos.
— Seu pai é um homem muito ocupado, Elio — disse a mulher, acariciando o cabelo de seu caçula numa tentativa de consolá-lo. — O trabalho na Silph Co. é muito importante para ele e ele não pode simplesmente sair.
— Então quer dizer que vocês dois estão se separando? — perguntou Selene, também abalada com a notícia.
— Não, querida. Seu pai e eu ainda continuamos juntos e felizes. — A mulher sorriu gentilmente para a garota, que olhava aborrecida para a mãe. — Seu pai está de acordo com a decisão e gostaria muito se de juntar a nós, mas ele também gosta muito do emprego dele.
— Mas ele vai visitar a gente, certo? — questionou Elio com uma indagação urgente na voz.
— Claro que sim! Não tanto quanto eu gostaria, mas ele vai sim. Ele também disse que manteria contato por cartas, já que o fuso horário em Alola é bem diferente daqui.

A mulher retirou o envelope que estava na caixa e entregou nas mãos de sua primogênita.

— Essa é a primeira carta que ele fez, já que não conseguirá aparecer para se despedir. Essas Luxury Balls são um presente dele.

Selene abriu a carta escrita com a letra bonita de seu pai e começou a ler o conteúdo em voz alta.

“Para minha brilhante primogênita e meu caçula radiante.

Sei que vocês devem estar muito chateados com a minha ausência e com a nossa despedida. Mas peço que ambos sejam fortes e corajosos nesse momento, porque eu também preciso ser. Ver as duas estrelas da minha vida crescerem e partirem não é fácil, mas não poder ver é pior ainda, por isso decidi escrever esta carta.

Quero que os dois se lembrem sempre de todas nossas conversas e ensinamentos e sobre tudo aquilo que já falei de seguirem seus corações e seus sonhos e toda essa baboseira que vocês já devem estar de saco cheio de ouvir, de tanto que seu velho pai fala. Farei meu máximo para sempre entrar em contato com vocês e sua mãe, por quem eu ainda sou apaixonado mesmo depois de tantos anos de casado.

Para garantir que vocês sempre terão um pedacinho de mim com vocês, estou deixando esses presentes que consegui aqui da empresa. São cinco Luxury Balls para cada um, e, como vocês provavelmente já notaram, duas tem adesivos especiais. Nessas Pokéballs estão dois Pokémon que eu mesmo capturei para vocês, como um pedido de desculpas por não ter feito isso antes.

Escolham um para cada e cuidem o melhor que vocês conseguirem dessas criaturinhas. Elas não são especiais só porque são um presente meu, mas também porque são os primeiros  amigos que vocês terão nessa nova fase da vida de vocês.

Também estou dando um boné oficial da Liga Pokémon de Kanto para você, Elio, que tanto gosta de assistir as batalhas, e para a minha princesinha Selene uma touca vermelha de flores, que sei que vai ficar uma graça.

Não vou me estender muito, sei que vocês têm um avião para pegar, então desejo o melhor que Arceus possa oferecer na nova vida de vocês. E não se esqueçam do papai, porque o papai não vai se esquecer de vocês.”

Ao terminar de ler, tanto Selene quanto Elio estavam soluçando como crianças, com olhos marejados nublando suas írises cinzas. Alika abraçava ambos seus filhos, confortando-os em um abraço aconchegante materno que sempre conseguia acalmar as crianças.

— Vamos, anjinhos, a região de Alola nos aguarda.




          


Prólogo




Um casal de cientistas comemorava alegremente os resultados da pesquisa que vinham trabalhando há muito tempo. O homem, de cabelos loiros arrepiados e pele vermelhada queimada pelo sol, começara a desenvolver os princípios de sua pesquisa quando tinha vinte anos de idade e, após longos dez anos trabalhando e estudando, finalmente estava obtendo o resultado que tanto esperava e agora ali estava ele, pulando de alegria pelo laboratório. Sua esposa, também pesquisadora, com seus longos cabelos dourados e pele alva, havia conhecido o rapaz nos primeiros anos daquele projeto e se apaixonou perdidamente por ele, acreditando e confiando em suas habilidades científicas. Ao observá-lo pular de excitação, ela não conseguia se conter, rindo e acompanhando-o nos pulos.

O que tanto buscavam em suas pesquisas estava ali, bem diante de seus olhos verdes-esmeralda: um portal interdimensional.

A baderna de ambos cessou quando viram algo tentando atravessar o portal. Observaram estáticos a cena diante de seus olhos, mantendo o máximo de atenção possível, como se a vida de ambos dependesse da lembrança de cada detalhe visto.

A criatura havia atravessado a brecha e o casal conseguiu ver com clareza do que se tratava. Era uma pequena criatura esférica e gasosa, com tons de azul e roxo colorindo seu corpo que parecia conter milhares de estrelas minúsculas.

Maravilhados com o que viam, o casal não percebeu quando logo em seguida outra criatura atravessou o portal. Porém, dessa vez, o ser era maior, possuía uma aparência grotesca que remetia a uma forma mutante de água-viva humanoide.  O loiro tomou iniciativa e se aproximou da criatura, porém, imediatamente seus tentáculos o agarraram e o arremessaram para dentro do portal. A criatura que havia surgido anteriormente flutuou para um canto da sala, assustada, enquanto a pesquisadora entrava em choque assistindo o rapto de seu marido.

Paralisada, a mulher sequer reagiu quando a água-viva interdimensional aproximou-se de sua cabeça e passou a injetar suas toxinas.

A criatura teria continuado se não fosse por uma explosão. Um forte piscar de luzes logo em seguida que fez com que o monstro, assustado, cessasse seu ataque e voltasse flutuando imediatamente pelo portal de onde havia se originado.

Assim que a criatura passou por ela, a ruptura do espaço-tempo que havia se aberto naquela sala de laboratório se fechou, deixando uma mulher estática escorada no chão e uma criaturinha assustada acuada no canto da parede.


 O sono de Lusamine foi interrompido por um forte barulho de sirenes e pelo brilho de uma luz vermelha acima da porta de seu quarto.

Ainda sonolenta, alcançou com um de seus braços o telefone que tocava incessantemente em cima de uma mesa ao lado de sua cama.

— Faba, espero que você tenha um excelente motivo para me acordar no meio da madrugada fazendo todo esse alarde — disse a mulher ao telefone com a voz arrastada.
— Se-Senhora Presidente, mil perdões, mas temos uma emergência — uma breve pausa foi feita pelo homem, ofegante e hesitante em continuar. — A Senhorita Lillie está fugindo com o espécime.

Ao ouvir as palavras de Faba, qualquer resquício de sono na loira imediatamente desapareceu. Levantando em grande velocidade, vestiu um roupão de seda e se retirou apressada de seu quarto.

Uma jovem moça loira com um enorme chapéu branco e uma bolsa tão grande quanto corria pelos corredores da Área de Conversação Aether Paradise, com seu vestido branco e detalhes em azul esvoaçando pelo ar a cada movimento rápido que a garota fazia.

Atrás dela, dois funcionários do local com uniformes brancos a perseguiam com pressa. A garota estava quase escapando do complexo quando duas pessoas que trajavam um esquisito uniforme futurista a barrou. O uniforme tinha tons de azul e as identidades de tais membros eram escondidas por máscaras e viseiras que os protegiam inclusive das intensas luzes do sol alolano. A menina tremeu ao se ver cercada pelos cientistas e pela dupla uniformizada, que ela sabia que faziam parte do Ultra-esquadrão de Reconhecimento, um esquadrão que auxiliava nas pesquisas do Aether Paradise.

— Acabou, senhorita Lillie. Peço encarecidamente que nos entregue o espécime — pediu um dos homens.

Lillie hesitou por um momento.

— Eu n-não posso fazer isso...!

Quando o quarteto começou a se aproximar de forma ameaçadora da jovem, uma forte luz azul e roxa emanou de sua bolsa e lançou um feixe colorido em direção ao céu, criando uma redoma de energia envolvendo Lillie.

— O quê?! — Um dos integrantes do Ultra-esquadrão de Reconhecimento deu um passo para trás. — Desde quando ela o controla?!

O forte clarão forçou o grupo a fechar os olhos. Um estampido alto se propagou pelo laboratório e um rastro de fumaça se dissipava pelo céu. Lillie havia desaparecido.

Lusamine, a presidente da Fundação Aether, chegava ofegante e, estupefata, encarava o local onde há poucos instantes se encontrava sua filha.

— Presidente! — Faba, um dos diretores da Aether, transpirava de nervoso. O pânico era visível em seus olhos, escondidos atrás das lentes amarelas de seus óculos de formato oval. — Presidente, nós...

— Eu não tenho a mínima ideia de como vocês farão isso, mas eu quero Lillie e o Cosmog de volta. É uma ordem — a firmeza das palavras de Lusamine assustou a todos os presentes. Seus olhos queimavam em ira, dando a certeza de que a ordem dada seria cumprida, custe o que custasse.

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